Ler ou não ler o manual do equipamento? Eis a questão

Atualmente, os manuais das parafernálias que adquirimos fazem parte de uma circunstância controversa. Vários argumentos se chocam em torno de ler ou não os guias de uso que acompanham os equipamentos.

Segue algumas afirmações, que tenho ouvido e lido por aí e como eu vejo estas alegações:

Segue o meu ponto de vista (de quem lê até manual de liquidificador)…

Manuais da mini impressora fotográfica Fujifilm Instax Share, nos idiomas português, inglês, Alemão, Espanhol, taiwanês e coreano.

Os manuais são muito extensos

Eu já vi manuais e guias de uso de produtos realmente extensos. Até os anos 70, alguns computadores eram embalados com vários manuais e, cada um deles, podia vir com mais de 3 centenas de páginas.

manuais de computadores

Eu lembro de um computador Rockwell AIM 65 que vinha com 5 livros/manuais bem grossos.

Um destes livros ensinava BASIC, outro ensinava Assembler etc. Ou seja, não eram exatamente “manuais” do produto — eram livros de programação.

Só um destes livros continha instruções específicas sobre o computador, voltadas para quem queria fazer modificações no hardware — o que era comum à época.

Atualmente, ninguém vende computadores com instruções para alterar significativamente o seu hardware. Nem entregam as máquinas com livros de programação gratuitos, cada qual abordando uma linguagem de programação diferente.

Há um aspecto econômico aí. E não é mais possível prever qual é o uso que o notebook vai ter, para escrever um livro para abordar o assunto.

manuais de câmeras

Por alguns anos, nos produtos de baixo custo, o manual em papel foi substituído por um CD-ROM, que continha também aplicativos para conectar a câmera ao computador e estender a sua usabilidade.

Não há uma “regra” sobre tamanhos de manuais e nem vejo uma tendência na redução deles, pelo menos não relacionado a equipamentos da Canon.

O manual da câmera Canon EOS Rebel SL-1 (388 páginas) tem o dobro do tamanho (em megabytes) do manual da sua sucessora, a SL-2 (458 páginas). O número de páginas, contudo não corresponde a esta diferença.

Aparentemente, a fabricante coloca nos seus manuais todas as informações que acredita que sejam relevantes. Se você vai ler ou não… a escolha é sua 😉

O fato é que muitas instruções se repetem, de um modelo para o seu sucessor e são acrescentadas às novas versões dos manuais.

Tendo lido a documentação de várias marcas, a minha conclusão é de que elas costumam dar informações relevantes sobre seus produtos, incluindo os cuidados que se deve ter, para evitar a perda da garantia.

Antes de encerrar este tópico, vale chamar a atenção para o fato de que muitos compêndios têm vários manuais, em vários idiomas. Ou seja, o livro pode ser grosso, mas só precisamos ler a parte que está no nosso idioma.

Manual da câmera Canon EOS 6D Mark II em 3 idiomas.

Alguns guias são mal traduzidos

Quando se fala de equipamentos de baixíssimo custo, faz sentido esperar “economias” no guia do usuário.

É muito comum ver textos que foram claramente traduzidos com aplicativos online de “intelijênçia artifiçiau”.

Mas este não é o caso dos manuais de câmeras de nenhuma das das 10 maiores fabricantes atuais. Usualmente, as traduções são muito boas e realizadas por pessoal qualificado. Se você souber de algum caso em que isso não seja verdade, por favor me conte mais sobre isso nos comentários.

Não tenho tempo pra ler

Pode ser contraproducente separar um tempo especificamente para ler um compêndio, de ponta a ponta. Eu faço isso, mas não é algo que recomendo a todo mundo.

Faz mais sentido usar o manual como material de consulta. À medida do necessário, você vai lá e se informa sobre a função que pretende usar.

Isso não consome tanto tempo assim.

Na minha experiência, o tempo investido na leitura dos manuais, volta triplicado ao já saber exatamente como usar as funções mais complexas da câmera e como aplicar as técnicas que se deseja.

Em vez de gastar horas tentando fazer alguma coisa funcionar, prefiro ler logo o manual sobre o assunto.

É muito chato de ler

Qualquer livro, manual, documento escrito etc. tem partes chatas.

Há também algumas partes que não têm serventia para o tipo de trabalho que você faz — seja só fotografia ou videografia.

Não há problema algum em pular certas partes, que não sejam importantes no momento. Se você sabe aonde estão, vai ser fácil chegar lá, quando precisar.

Ou seja, o manual pode ser lido “por alto”. Não há necessidade de se deter nas partes que ainda não lhe são relevantes.

Simplesmente, jogo fora!

Você pode fazer o que quiser com o seu manual.

Contudo, o seu equipamento será mais valorizado, quando você o for vender, se estiver com a caixa, com o manual, com a embalagem original, nota fiscal etc.

Conclusão

Este post expressa a minha opinião. Sinta-se à vontade para expôr o que você pensa nos comentários.

Eu, provavelmente, não leria todos os manuais que acompanhavam o Rockwell, mencionado acima. Contudo, acho bem razoável ler o da minha Canon EOS 6D Mark II ou de qualquer outra câmera atual.

Aliás, por conta deste blog, costumo ler bastante manuais, brochuras e guias de usuário, para estabelecer diferenças entre procedimentos em um equipamento em relação a outro.


Descubra mais sobre coisasdogeek.com.br

Assine para receber os posts mais recentes por e-mail.


Posted

in

,

by

Comments

Deixe um comentário

Descubra mais sobre coisasdogeek.com.br

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue lendo