A inteligência artificial está sepultando o talento humano?

Uma das coisas que sempre se desejou da automação é que se ocupe do trabalho degradante e desumano.

Trabalho braçal, pesado e insalubre é algo que faz sentido que seja atribuído aos robôs.

Com isso, o ser humano poderia ser liberado para exercer as atividades que são essencialmente humanas, como escrever poesias, compor canções, registrar a sua maneira de ver o mundo através da fotografia, da pintura, escrever roteiros de filmes, atuar etc.

Pensar, raciocinar, filosofar e criar arte são atribuições inerentemente humanas.

O que se vê, contudo, parece ser justamente o contrário, não é?

As pessoas continuam empregadas nas atividades mais deletérias da face da Terra, submetendo-se a perigos e a condições deteriorantes para a saúde.

Trabalhar em minas de carvão ou ter contato com agrotóxicos já deveria ter sido substituído a muito tempo por robôs. Ou, pelo menos, deveria ser a prioridade dos processos atuais de automação.

Vamos parar para pensar?

Que sentido faz ter programas de computador (ou apps) que pintam no seu lugar, que cantam, escrevem poesias etc.?

Se realmente formos seguir por este caminho, vamos ser uma humanidade que não cria arte, que não cria nada, que não pensa e, portanto, não raciocina.

Para mim, não parece mais absurda a ideia da trilogia Matrix — na qual os seres humanos vivem em estado vegetativo, como baterias para um sistema de Inteligência Artificial.

É esse destino que estamos construindo para nós. Nada de bom pode vir a acontecer quando abrimos mão de pensar por nós mesmos.

Estamos criando um sistema de escravidão para nós mesmos

No passado, a nobreza tomava para si atividades como escrever, ler, exercer a criatividade e o raciocínio lógico e deixavam o trabalho braçal para escravos ou cidadãos de segunda classe.

Mulheres que cuidam da limpeza urbana, garis.

Isso era imoral e profundamente desumano.

Já passar as ocupações infames e humilhantes para as máquinas não tem nada de indecoroso. É desejável e lógico, até.

Mas, a humanidade não está seguindo a lógica, não é?

A gente se vê preso nessa idiocracia. Não adianta falar que o caminho não está certo, por que está todo mundo ao redor maravilhado com os “robôs cantando e dançando”.

Se disser que tudo isso é estúpido, vão te chamar de retrógrado, atrasado ou antiquado.

Conclusão

Esse é o “argumento” mais disseminado. “Vamos nos adaptar!”

E vamos nos adequar ao quê? A comer grama? A respirar carvão?

Eu realmente não vejo essa jornada da humanidade como promissora. Se você acredita que estou equivocado, por favor deixe o seu comentário ali embaixo. Terei prazer em ler, principalmente se você tiver alguma perspectiva mais otimista do que a minha.


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